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Quer ser um designer de sucesso? Não esqueça das suas habilidades interpessoais

Thiago Jansen
Magenta Brasil
4 min readAug 28, 2017

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Diretor Sênior de Crescimento e Parcerias da Cooper, Andrew Kaufteil explica como um excelente designer deve ir além do domínio de ferramentas e técnicas.

AAndrew Kaufteil formou-se em Direito, mas seu ímpeto criativo logo o levou para uma trajetória longe da formalidade dos tribunais. Fascinado desde jovem pelo universo das instituições de Ensino Superior nos EUA (ele visitou 37 delas antes de optar por uma!), Andrew passou mais de uma década trabalhando na criação e execução de programas alumni (para alunos e ex-alunos) e de captação de recursos para algumas das principais universidades dos EUA, como a Universidade da Califórnia, de San Francisco, de Berkeley e a Universidade George Washington. Foi durante esse período que ele se aproximou do design thinking:

“Eu estava frustrado com a burocracia e a mentalidade tradicional dentro das universidades e queria buscar uma nova forma de resolver problemas e desenvolver planejamentos estratégicos. Nessa jornada, acabei esbarrando com o design thinking e apliquei alguns dos seus conceitos no desenvolvimento de programas culturais, de comunicação e voluntariado”, conta ele.“Isso foi uma porta de entrada para a minha vida atual”.

Trabalhando hoje ao lado de Alan Cooper, o renomado designer e desenvolvedor tido como o “pai do Visual Basic”, Andrew divide seu tempo nas frentes de marketing, engagement, responsabilidade social corporativa, experiência do consumidor e consultoria de design de serviço, além de dar aulas para estudantes e outros profissionais.

Convidado do Interaction South America 2017, que acontece em novembro, em Florianópolis, Andrew palestrará no evento sobre como semear uma cultura de inovação e produtividade dentro de companhias. Em entrevista à Magenta, ele falou sobre como a organização lhe ajuda em seu processo criativo, por que designers deveriam valorizar suas habilidades interpessoais tanto quanto as suas capacidades técnicas, e a importância da evangelização do design responsável.

Começando o dia

Gosto de assistir programas de notícias mais leves, como o “Good Morning America” (programa da emissora de TV americana ABC), para saber o que está acontecendo no mundo a partir de um tom mais amigável. Também gosto de caminhar para o trabalho. Nesse período, tento não encostar no meu celular. Acredito muito na importância de me desconectar em um período do dia para chegar a novas perspectivas, algo que aprendi no Camp Grounded — um acampamento de digital detox para adultos. E, claro, preciso de café. Não sei se é algo psicológico ou físico, mas não consigo começar meu dia até que tenha uma dose de cafeína.

Organizando a criatividade

Sou um grande viciado em Slack, Trello, Google Calendar e Google Docs. Uso essas ferramentas tanto para a minha rotina de trabalho, como para a minha vida pessoal, de forma unificada. Acredito muito em documentar tudo que faço, organizar meus horários etc. Apesar de me considerar muito criativo, essas ferramentas organizacionais me permitem capturar ideias, compartilhá-las e até concretizá-las.

Brainstormings e música eletrônica

Como gosto de interagir com outras pessoas, prefiro ter alguém para atuar como a minha dupla de pensamento e fazer sessões de brainstormings loucas, como exercícios de imaginação do tipo: “E se o mundo não tivesse nenhuma tecnologia?” e “E se mágica fosse real?”. Essas brincadeiras costumam abrir minha mente para possibilidades que podem passar despercebidas e serem muito inspiradoras. Outra tática que uso para manter o foco durante o trabalho é ouvir techno e música eletrônica. Pra mim, música de trabalho precisa ser apenas instrumental, caso contrário acabo me distraindo com as letras. Nosaj Thing é um exemplo de artista que gosto de escutar para inspiração.

Muito além da técnica

Desde que entrei nesse mercado, tenho percebido a crescente importância de designers desenvolverem habilidades interpessoais, como capacidade de liderança, para além de sólidos conhecimentos sobre metodologias de design. Um design fantástico não tem utilidade se ele vive em um vácuo, se não está alinhado a um propósito, se não pode ser vendido. Então, a forma como você se comunica e engaja outros é chave no sucesso do seu trabalho.

Pesquisa como base do design

Design é algo que precisa estar sempre ancorado na pesquisa. Observo que alguns profissionais tendem a se esquecer disso e querem pular logo para a parte criativa do trabalho. No entanto, é preciso se certificar que você tem os dados corretos antes que você possa realmente entrar no processo de criação.

Design responsável

Alan Cooper tem me ensinado muito sobre a importância de levarmos em consideração o impacto social do trabalho que fazemos — e podemos fazer. Empregamos muitas pessoas, as empoderamos a fazer diversas coisas, criamos indústrias, mas também temos o poder de machucar, enganar e destruir. Em muitos casos, essas questões fundamentais acabam se tornando apenas reflexões tardias. Por isso, acredito na importância de sermos um veículo de evangelização do design responsável, o quanto antes e frequentemente.

Quer saber mais sobre como transformar a cultura interna da sua companhia? Não perca o Interaction South America 2017, que acontece nos dias 9, 10 e 11 de novembro, em Florianópolis. O evento é patrocinado pela Huge e a venda de ingressos já está aberta.

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