Arte por Eber Subirá.

Por que você não deveria subestimar o conteúdo em sua experiência digital

Clara Baluz
Magenta Brasil

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Ao desmistificar a ideia de que copywriters apenas preenchem espaços vazios com palavras, saem ganhando produtos, marcas e, claro, usuários.

SS e você é um visual designer, profissional de UX ou desenvolvedor e já se pegou falando para profissionais de conteúdo frases como “Você pode criar umas chamadas para gente agora, rapidão?”, ou “Não rola cortar essas outras duas linhas de texto, não? É que estamos usando fonte 90 no título”, cuidado: há grandes chances de que algo está errado no seu processo de criação digital. Ao abordar conteúdo como um complemento dessa dinâmica, e não como algo essencial a ela, todos saem perdendo: marcas, profissionais, experiências e, claro, usuários.

Pensar e criar conteúdo não é “só” escrever e preencher vazios entre linhas, botões, imagens e interfaces gráficas. É também pesquisar sobre a marca para a qual se está criando, seus concorrentes, seu público; é criar estratégias de comunicação para usuários, contextos e mensagens diferentes; é saber sobre UX writing e como proporcionar a melhor experiência para o usuário por meio de legendas, uma chamada, um call to action ou um microcopy (só para ficarmos em texto). E, claro, é também, sempre que possível, adicionar uma pitada de criatividade à experiência, chamando a atenção do usuário e criando branding moments para a marca.

No caso dos produtos digitais, a relevância desses caracteres é muito maior do que pode-se supor à primeira vista. Afinal, o usuário que acessa seu site ou app vê UX, design e conteúdo como elementos indissociáveis.

Nesse contexto, é parte do papel do copywriter garantir que toda a experiência siga o mesmo padrão de comunicação do início ao fim, representando a marca e seus objetivos de forma íntegra e consistente. Também é da responsabilidade desse profissional garantir que mensagens importantes sejam direcionadas ao usuário no tom certo, variando apenas quando necessário, respeitando áreas específicas, contextos de uso e características de diferentes usuários.

Consequências para o usuário

Deixar de dar a devida atenção a esses pontos, considerá-los apenas na reta final do processo de criação ou não endereçá-los aos profissionais adequados traz um impacto direto no desenvolvimento da experiência, além de reflexos para a marca e, claro, o usuário.

Durante o processo de criação de uma experiência digital, não é raro que cronogramas sejam queimados e que a equipe de conteúdo acabe sobrecarregada diante da percepção atrasada (e desesperada) de que o copy deveria ter sido priorizado em etapas anteriores. No entanto, sem contexto, envolvimento prévio com as demais áreas do projeto ou tempo adequado para a produção, não tem jeito: mensagens importantes acabarão não chegando ao usuário, o que prejudicará sua experiência e pode colocar a perder todo o trabalho das demais áreas.

As consequências? Falta de engajamento do usuário com o produto, abandono de fluxos importantes para a qualidade da experiência de uso, frustração e, muitas vezes, reclamações sobre a marca, que passa a ter que lidar com um verdadeiro abismo na relação com o seu usuário.

Muito além do texto

Ao envolver o copywriter mais cedo no processo de trabalho, é possível a designers, profissionais de UX e desenvolvedores contarem com uma dupla de criação que vai ajudá-los a dar mais contexto e personalidade ao projeto por meio de pontos específicos como:

  1. Prioridade à informação: não importa se o texto é uma mensagem de erro em um formulário ou uma chamada na home, o conteúdo será simples, preciso e útil para o usuário.
  2. Engajamento: é o copywriter quem sempre vai ter as melhores palavras e aquelas que fazem parte do universo do usuário para aproximá-lo ao máximo da experiência e da marca.
  3. Apelo emocional: por meio das palavras certas, nos contextos e tons certos, é possível estabelecer laços profundos com o usuário, garantindo que ele volte e interaja com o produto mais de uma vez.
  4. Persuasão: afinal, ser envolvente é fundamental para transformar usuários de primeira viagem, ou ocasionais, em constantes;
  5. Consistência: trata-se de um fator necessário para garantir a empatia do usuário, mas também, em muitos casos, garantir a sua saúde mental. Além de, claro, certificar-se de que o tom e a voz da marca sejam representados de forma correta.

Por todos esses pontos levantados, pela sanidade da sua equipe e, principalmente, pelo sucesso da sua solução digital, é preciso desmistificar o papel de copywriters como sendo “só escrever”. E diante da tendência cada vez maior das marcas trazerem o conteúdo para o centro das suas experiências, integrar esses profissionais em todo processo de produção torna-se crucial para seu sucesso junto aos usuários.

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Desde sempre redatora. Dona de um machado na Huge carioca. Focada em conteúdo, estratégia e criatividade.